Governo do DF deve ampliar diálogo para superar crise, defende Hélio José

Da Redação | 06/11/2015, 13h13

A superação da crise financeira enfrentada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e de impasses com diversas categorias de servidores públicos em greve só será possível com a ampliação do diálogo, na opinião do senador Hélio José (PSD-DF).

Ele presidiu audiência pública nesta sexta-feira (6), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que discutiu os problemas na gestão de Brasília, com a participação de sindicalistas e deputados pelo Distrito Federal.

— Está faltando diálogo. A crise do Distrito Federal não interessa à população, não interessa aos parlamentares e não interessa aos servidores. A crise não foi causada por nós e o governador precisa cumprir seu compromisso, seu programa de trabalho — cobrou o senador.

O governador Rodrigo Rollemberg assumiu em janeiro com déficit no orçamento e tem buscado equilibrar as contas com medidas que incluem aumento de impostos e congelamento de reajustes salariais negociados em gestões anteriores.

Na opinião de Hélio José, o governador deve “abrir as contas” para a população e para lideranças políticas do DF, apresentando argumentos que justifiquem as medidas adotadas, “pelo convencimento e não por imposição”.

— A população do Distrito Federal, como pagante de impostos, tem que exigir que as instituições funcionem de forma adequada. A população do Distrito Federal não pode pagar o preço de uma crise que não é dela — frisou Hélio José.

Apesar das críticas, o senador reconheceu avanços no diálogo nos últimos dias, relatando a realização de reuniões entre parlamentares do DF e o primeiro escalão do governo, mas lamentou a ausência de representantes do GDF na audiência pública desta sexta-feira.

Manifestação dos professores

No debate, Rosilene Correa, diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, repudiou a ação da Polícia Militar do DF durante manifestação da categoria em 28 de outubro. Ela apresentou vídeo mostrando que a força policial usou bala de borracha, bomba de efeito moral e spray de pimenta para dispersar os manifestantes.

Na opinião do deputado federal Izalci (PSDB-DF), as imagens do confronto revelam irresponsabilidade da Polícia Militar e fragilidades do GDF na gestão da Segurança Pública.

Já Rodrigo Rodrigues, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores no DF, condenou o fato de o GDF ter recorrido à Justiça contra os movimentos grevistas em Brasília. A crítica foi compartilhada pela deputada federal Érika Kokay (PT-DF).

— Não é a Justiça que decide conflitos trabalhistas. É a mesa de negociação. Ao se buscar a judicialização, está se usando instrumento de pressão e abrindo mão das prerrogativas de diálogo do governo — opinou a deputada.

Já Ibrahim Yusef, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias e Fundações, pediu apoio para aprovação de projeto que regulamenta o direito de greve no setor público.

Projeto nesse sentido (PLS 287/2013) foi aprovado no início de outubro na CDH, com voto favorável do presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), e aguarda deliberação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)