Fundo do Meio Ambiente pode reforçar proteção da Caatinga
Iara Guimarães Altafin | 27/10/2015, 12h35
Iniciativas de proteção da Caatinga podem ser incluídas entre as prioridades de aplicação de recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente (Lei 7.797/1989), conforme projeto de Lídice da Mata (PSB-BA) aprovado nesta terça-feira (27) pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
A proposta (PLS 578/2015) visa reduzir as dificuldades de financiamento de ações de conservação da Caatinga, que tem apenas 7,8% de sua área protegidos por unidades de conservação, como ressalta a autora.
Essa porcentagem, ressaltou Lídice, está abaixo da meta nacional de 10% assumida pelo Brasil na Convenção da Diversidade Biológica para todos os biomas do país, com exceção da Amazônia, cuja meta é de 30% da área sob unidades protegidas.
Projetos que visam preservar e recuperar a Caatinga são fundamentais para a manutenção das bacias hidrográficas situadas no bioma e para mitigar os efeitos das secas, como ressalta a autora da proposta.
Em apoio ao projeto, o relator na CMA, senador Otto Alencar (PSD-BA), lembra que a Caatinga é o único bioma integralmente em território brasileiro e um dos mais ameaçados. Ele diz ser um equivoco associar o aspecto seco da vegetação à baixa diversificação da fauna e flora do bioma.
— Para desvendar sua riqueza, é necessário um olhar mais atento, capaz de perceber sua elevada biodiversidade, sua relevância biológica e sua beleza peculiar — observa Otto.
Ele destaca, por exemplo, a existência de 97 espécies de répteis, 45 de anfíbios e mais de 200 espécies de aves.
— Poucos são os mamíferos endêmicos da Caatinga, mas nessa região muito ainda está para se descobrir, aguardando a realização de mais estudos — completa.
O relator destaca ainda a diversidade vegetal do bioma e o interesse da pesquisa nas estratégias das espécies para sobreviver aos longos períodos sem chuvas.
— Além disso, existe na Caatinga uma proporção expressiva de plantas endêmicas, muitas delas utilizadas pela população, em razão de suas propriedades terapêuticas.
O projeto vai à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde será votado em decisão terminativa.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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