Plenário aprova novo embaixador brasileiro na Bolívia

Guilherme Oliveira | 08/09/2015, 18h44

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (8) o nome do diplomata Raymundo Santos Rocha Magno para assumir a embaixada brasileira na Bolívia. Ele recebeu 59 votos a favor e 2 contra, tendo havido uma abstenção.

Com a nomeação de Magno, o Brasil volta a ter um chefe para sua missão diplomática em La Paz depois de dois anos. Em 2013, o então embaixador Marcelo Biato foi removido do cargo após o caso da fuga clandestina do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. Ninguém foi havia sido designado para o posto desde então.

Para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que relatou a indicação de Magno e deu suporte à fuga de Molina, a nomeação ajuda o Brasil a começar uma nova etapa das suas relações com a Bolívia.

— Não quero entrar no mérito dos antecedentes que nos levaram a ficar dois anos sem embaixador. Durante esse tempo, nós trabalhamos na Comissão [de Relações Exteriores e Defesa Nacional – CRE], mas, infelizmente, não foi possível. Agora estamos virando a página — afirmou.

Boa vizinhança

Raymundo Santos Rocha Magno havia sido aprovado por unanimidade pela CRE. Durante a sabatina, ele defendeu a importância da construção de um bom relacionamento com os países vizinhos, independente da ideologia.

— O Brasil tem um papel preponderante na região e deve desempenhar esse papel para o fortalecimento da integração e do crescimento econômico, com respeito à soberania dos vizinhos e aos princípios democráticos que regem a vida do subcontinente — disse.

O novo embaixador falou ainda sobre a fronteira Brasil-Bolívia, que é maior que a existente entre os Estados Unidos e o México, e sobre o que pode ser feito para fortalecer o combate ao tráfico de armas e de drogas.

Relembre o caso

Em junho de 2012, o senador boliviano Roger Pinto Molina, opositor do governo Evo Morales, pediu asilo no Brasil alegando perseguição política. Impedido de sair da Bolívia pela negativa de concessão de salvo-conduto do governo local, ele ficou refugiado na embaixada brasileira, em La Paz, por 455 dias.

Apesar do impedimento legal, em agosto de 2013 Molina fugiu clandestinamente para o Brasil com a ajuda do chefe de chancelaria Eduardo Saboia, que substituía temporariamente o então embaixador Marcelo Biato.

O episódio levou à remoção de Biato e Saboia de seus cargos e à exoneração do então ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota.

O senador Ricardo Ferraço fez menção ao caso em seu relatório favorável à indicação de Raymundo Magno.

— A nossa Constituição estabelece que asilo político é uma precondição, que move a nossa política externa. E asilo político não tem sido respeitado pelo presidente Evo Morales – advertiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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