Senado participa de programa para formação e inserção de jovens no mercado de trabalho

Da Redação | 15/07/2015, 08h56

Criado no Senado em 2014, o Programa Jovem Aprendiz contribui para a formação profissional de adolescentes de baixa renda. Atualmente, o projeto conta com a participação de 98 aprendizes. Na última turma, lançada em junho deste ano, 38 jovens passaram a atuar com o quadro de funcionários da Casa. Os outros 60 adolescentes, divididos em duas turmas, iniciaram as atividades em fevereiro e maio de 2015. A expectativa é de que o projeto ofereça oportunidade de treinamento para 200 participantes.

De acordo com a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, é muito importante que o Senado seja um exemplo em um momento que o Brasil discute a redução da maioridade penal e a revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Para a diretora, essa iniciativa mostra a relevância que o Senado dá à questão, para que a educação e o trabalho andem lado a lado.

- Por um mesmo programa, a gente possibilita a inserção no mundo do trabalho com o aprendizado de práticas vinculadas à área administrativa, à arquivologia, à biblioteconomia, às áreas gráficas e, ao mesmo tempo, propicia uma formação continuada, uma vez que o jovem aprendiz trabalha dezesseis horas no Senado e, por quatro horas, é garantido um treinamento e uma formação, em complementação à sua atividade escolar – afirmou a diretora, destacando que os jovens são recebidos pela Casa sob a perspectiva de aprendizado e não de força de trabalho.

Desse modo, o foco principal do projeto não é contratação da mão de obra, mas a inserção de adolescentes que chegam ao Senado para estabelecer diversas formas de contato com o trabalho.

— São aprendizados de questões como ter responsabilidade com horário, disciplina e relações sociais. Além disso, temos uma gama de carreiras pelas quais eles podem se interessar. Todas essas interações são mais interessantes para o Senado do que contratar uma mão de obra especifica — ressaltou o diretor da Secretaria de Gestão de Pessoas, Rodrigo Brum.

O diretor destacou ainda que o programa está inteiramente ligado aos propósitos da Carta de Compromissos da Casa, que aborda o compromisso do Senado com a comunidade.

Como funciona

Para participar do programa, o jovem precisa atender alguns requisitos, como ter entre 14 anos e 17 anos e 11 meses de idade; ser morador do Distrito Federal; estar matriculado, pelo menos, no 8º ano do ensino fundamental em escolas da rede pública; e pertencer a uma família com renda per capita inferior a meio salário mínimo. Após serem selecionados, os participantes são distribuídos em alguns setores da Casa, segundo a demanda de cada área.

De acordo com o chefe do Serviço de Estágio e gestor do Programa Jovem Aprendiz, Alexandre de Lana Silva, os estudantes são encaminhados a setores como Biblioteca, Gráfica, Arquivo, bem como secretarias e gabinetes. Ele explica que o intuito é estimular a inserção e a manutenção dos jovens no sistema educacional, além de auxiliar na capacitação e propiciar uma formação técnico-profissional.

— O projeto tem um cunho social, que é o de colocar esses jovens a salvo do abandono e da negligência. A ideia é tirar esses jovens das ruas e mantê-los na escola. Todos os participantes são de baixa renda — afirmou.

Antes de assumir os postos de trabalho, os participantes são submetidos a um treinamento presencial com duração de um mês, ministrado pelo Centro Salesiano do Menor do Distrito Federal (Cesam), entidade parceira do Senado, explica Lana. Segundo ele, os adolescentes assistem a aulas teóricas com noções de administração, de informática, de arquivologia, entre outros temas.

— Após se cadastrar no Cesam, o adolescente entra na fila de espera e é chamado de acordo com a demanda por vagas. É feita toda a triagem de requisitos e de documentação. Caso ele passe nessa triagem, recebe ainda uma visita domiciliar para confirmar a veracidade das informações fornecidas — disse.

Segundo Lana, o contrato tem duração de até 24 meses. Durante sua vigência, os adolescentes recebem um salário mínimo, além de vale-transporte e vale-refeição, e têm a carteira de trabalho assinada, com pagamento de fundo de garantia e contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O jovem também tem direito a 13º salário e a todos os benefícios concedidos a empregados formais.

— Como são famílias de baixa renda, muitos deles chegam a ter um dos maiores salários da família.  Por isso, em alguns casos, há orientação de como tratar esse dinheiro — salientou.

As atividades, exercidas durante a jornada de quatro horas diárias, são acompanhadas por tutores, que têm a função de supervisionar o trabalho do menor e atuar como um exemplo de boas práticas a serem adotadas.

— O tutor vai acolher o jovem, acompanhar o desenvolvimento de suas habilidades e ser o principal repassador de boas práticas — destacou, acrescentando que os participantes têm demonstrado muito interesse em aprender.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)