Funcionários do Senado oferecem homenagem a Sarney

teresa-cardoso | 19/12/2014, 11h41

Uma última homenagem concedida no Senado ao ex-presidente e senador José Sarney foi um café da manhã, nesta sexta-feira (19), oferecido no Restaurante dos Senadores, um encontro marcado por manifestações emocionadas de funcionários que com ele trabalharam ao longo dos seus 60 anos de vida pública.

Sarney disse que, de todas as homenagens, essa era a mais tocante por vir do que mais o ligou ao Legislativo: o seu conjunto de funcionários.

— Foram 40 anos aqui e várias gerações de servidores, com quem sempre tive por norma tratar como pessoas da minha família. Eu não acredito que se possa trabalhar sem estabelecer um clima de harmonia e compreensão. Eu acredito que consegui essa empatia, todos esses anos, em que fui político e administrador.

Em discurso pleno de observações bem-humoradas, Sarney disse que sempre definiu o Senado como um matriarcado, daí por que aprendeu a obedecer às mulheres desde sua chegada, quando o Parlamento ainda ficava no Rio de Janeiro. E afirmou ainda que nunca levantou a voz para insurgir-se contra os que com ele trabalharam.

— Na simplicidade e na humildade, a gente tem condições de construir muita coisa. E a paciência? O Brasil talvez deva isso à minha pessoa. Quando a história se contorcia, essa paciência funcionou.

Nessa referência aos fatos históricos que o levaram ao Palácio do Planalto, com a morte de Tancredo Neves, Sarney contou ainda que uma vez perguntou a esse líder político quais as 10 maiores virtudes de um homem público. E Tancredo lhe respondeu que sete eram a paciência. O resto ele completaria como quisesse.

Mais uma vez, Sarney disse que abandona a vida pública "sentindo saudades do futuro", mas ressalvou que também não desejaria tornar-se "um velhinho gagá observando as mulheres pelos corredores do Senado". E, citando Max Weber, disse que quem quiser buscar a felicidade não deve buscá-la na política.

Florian Madruga, diretor da Secretaria de Editoração e Publicações, entregou ao senador a obra Política, Governo e Povo, coletânea dos discursos de Sarney desde sua chegada ao Parlamento. Na mesma ocasião, foi entregue a ele uma imagem em resina de Nossa Senhora Aparecida.

O presidente da Associação dos Servidores do Senado (Assefe), Petrus Elesbão, primeiro a discursar na homenagem, destacou o reconhecimento dos funcionários pelo papel de Sarney na modernização da instituição e a coragem com que o senador enfrentou os melhores e os piores momentos vividos pela Casa.

Também discursaram a ex-secretária-geral da Mesa Claudia Lyra; a ex-diretora-geral do Senado Doris Peixoto; o ex-secretário de Comunicação Social da Casa, Fernando Cezar Mesquita; a diretora-adjunta de Gestão do Senado, Ilana Trombka; Hélio José, suplente que assumirá a vaga do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), eleito governador do Distrito Federal; e Jorge Nova da Costa, suplente de Sarney pelo Amapá, além de outros.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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