CPI ouve quatro depoentes nesta semana

Anderson Vieira e Isabela Vilar | 17/08/2012, 18h50

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados deve ouvir na próxima semana quatro depoentes. Entre eles estão os dois procuradores responsáveis pelas investigações decorrentes das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal.

Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira já haviam sido chamados pela CPI no início dos trabalhos, em maio. Seus depoimentos, no entanto, foram adiados porque falar à CPI antes da audiência na Justiça poderia fazer com que eles fossem impedidos de prosseguir atuando no caso. Ainda não foi decidido se os depoimentos dos procuradores serão secretos. O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI, disse que a decisão será tomada pelos integrantes da comissão.

- Há parlamentares que entendem que esse tipo de depoimento, pela delicadeza e menções a determinados fatos que incidem no processo judicial, e serão determinantes para uma sentença, podem e devem ser colhidos em regime de sigilo. Se assim for necessário, haveremos de fazê-lo - garantiu.

Os depoimentos dos procuradores estão marcados para terça-feira (22), às 10h15. No dia seguinte, também às 10h15, serão ouvidos o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas, Jayme Eduardo Rincón, e o ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás Aredes Correia Pires.

Ex-tesoureiro da campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo, Rincón é sócio de uma empresa que teria recebido R$ 600 mil do grupo de Cachoeira. Para garantir o direito ao silêncio na comissão, ele impetrou habeas corpus nesta semana. O relator do pedido no Supremo Tribunal Federal é o ministro Joaquim Barbosa. Jayme Rincón já havia sido convocado pela CPI por duas vezes, mas alegou problemas de saúde para não comparecer.

O outro convocado, Aredes Correia Pires, seria ouvido na quarta-feira (15), mas não foi localizado pela comissão, motivo pelo qual seu depoimento foi adiado para o dia 22. Segundo a Polícia Federal, ele teria recebido um dos aparelhos de rádio Nextel distribuídos pelo grupo de Cachoeira na tentativa de evitar “grampos” telefônicos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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