Demóstenes Torres nega irregularidade em relação com Carlos Cachoeira

Da Redação | 06/03/2012, 19h40

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) negou ter cometido qualquer irregularidade em suas relações com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, conhecido, segundo a imprensa, por explorar caça-níqueis. O senador informou em Plenário, nesta terça-feira (6), que não é investigado pela prática de nenhum ilícito e exigiu investigação sobre si mesmo. No último fim de semana, matérias jornalísticas apontaram amizade entre o senador e Cachoeira, que foi preso na operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

De acordo com Demóstenes, suas relações com o acusado são pessoais, de amizade, e não há nada que prove qualquer atitude ilegal nas ligações telefônicas trocadas entre eles, que foram vazadas pela imprensa.

- Não existe nem nunca existiu nenhuma apuração que envolva o meu nome. O motivo é óbvio: não existe nada. Tranqüilizo Vossas Excelências. Não sou investigado em nenhum fato, não sou acusado de nada, conforme provam os dados obtidos da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal – disse.

Demóstenes lembrou que compete ao Supremo Tribunal Federal (STF) investigar autoridades, entre eles os parlamentares.

- Portanto, investigação iniciada há mais de um ano, somente agora concluída e enviada para a Justiça Federal de primeiro grau não pode ter nome de senador investigado. E, se tivesse, a operação estaria eivada de vício, seria declarada nula e jogada por terra. Ora, a questão está judicializada, inclusive com prisões preventivas decretadas. Assim, não há a menor possibilidade jurídica do meu envolvimento, ou o de qualquer outro parlamentar, no assunto – argumentou.

Segundo o senador, o fruto das apurações da Operação Monte Carlo, que desarticulou quadrilha que explorava máquinas de caça-níquel em quatro estados e no Distrito Federal, deveria ter guardado discrição, ainda mais em relação a alguém que não é investigado nem acusado. Demóstenes ressaltou que a investigação já está encerrada e não se chegou a seu nome, já que não há nada que o incrimine e ele não era alvo.

- Mas agora eu é que exijo ser investigado na forma legal pelo foro adequado, o previsto na Constituição da República: o Supremo Tribunal Federal. Minha vida sempre foi um livro aberto, e continuará sendo – declarou.

O senador foi aparteado por 44 senadores, todos ressaltando a confiança no parlamentar, sua competência jurídica e seu bom trabalho na oposição ao atual governo.

Amizade

Demóstenes Torres afirmou ter relação de amizade com Carlos Augusto Ramos, empresário, que atuou legalmente em algumas modalidades de jogos e frequentava a alta sociedade goiana. As ligações telefônicas monitoradas na operação para investigar Cachoeira, disse o senador, são de conversas triviais e tiveram sua frequência ampliada durante o período em que o parlamentar e sua mulher envolveram-se numa questão pessoal da amiga dela, casada com o acusado.

- O contato pessoal, ainda que frequente, não significa participação em seus afazeres ocultos, muito menos aprová-los quando eles vierem à luz. Nesta Casa, sempre me opus ao jogo, votando contra todas as iniciativas de legalizá-lo. Portanto, atuei às claras no combate às causas costumeiramente tratadas nos subterrâneos – disse o senador.

Demóstenes também confirmou ter recebido de Carlos Cachoeira um conjunto de fogão e geladeira como presente de casamento, ocorrido em 2011. Mas disse nunca ter perguntado o valor do presente – até por uma questão de educação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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