Miguel Rossetto vê 'outro pré-sal' nas energias renováveis

Da Redação | 09/11/2011, 19h21

O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, ouvido em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) nesta quarta-feira (9), manifestou otimismo quanto ao potencial das alternativas ao petróleo no Brasil, com ênfase no biodiesel, mas ressaltou que as novas oportunidades energéticas exigem capacitação, planejamento e fortes investimentos.

- O Brasil tem um outro pré-sal a partir das energias renováveis que nós temos. As energias renováveis necessitam de um programa gêmeo do pré-sal. Nós temos condição de fazer essa produção como nenhum país tem. Nós temos tecnologia, capital, qualidade, capacidade de trabalho e mercado - afirmou.

O maior destaque positivo, para Miguel Rossetto, foi o "crescimento extraordinário" do Programa Nacional de Biodiesel, que oferece incentivos à produção de oleaginosas e estabelece um percentual de mistura de óleo vegetal no diesel de petróleo. Em seus cálculos, em quatro anos de vigência, o programa excedeu todas as metas estabelecidas e tornou o Brasil o segundo maior produtor mundial de biodiesel. Rossetto assinalou a importância do biodiesel para "dinamizar" a produção agrícola brasileira e promover a inclusão social, estimulando a agricultura familiar.

Rossetto explicou que, desde sua concepção, o Programa Nacional de Biodiesel tem como meta a descentralização da produção, favorecendo regiões pobres. Porém, a produtividade dos pequenos agricultores na Região Sul continua sendo sensivelmente maior que no Nordeste. Entre outros fatores, o aumento da produtividade depende de pesquisa em torno da produção de oleaginosas, mas os estudos no setor ficaram parados por muito tempo. Rossetto acredita que o Brasil tem um "espaço importante" para exportar mais biodiesel.

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA), autora do requerimento da audiência, destacou a integração da produção de biocombustível à economia regional e pediu ação parlamentar pelo estímulo fiscal à diversificação de oleaginosas, considerando que a legislação atual acaba sendo muito favorável à soja. O senador José Pimentel (PT-CE), que destacou a importância da Petrobras, classificou o programa como "grande porta de saída do Bolsa Família" no semiárido nordestino e resposta brasileira às questões climáticas que preocupam o mundo.

Por sua vez, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) sugeriu que o programa contemple a Amazônia ocidental, mencionando a importância da produção de oleaginosas na região. O senador Benedito de Lira (PP-AL), presidente da CDR, criticou a irregularidade na oferta de etanol, lamentando a baixa capacidade de produção, e pediu à Petrobras mais investimento em combustíveis de origem vegetal.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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