CPI debate problemas dos brasileiros que vivem no Japão

Da Redação | 02/12/2005, 00h00

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Emigração Ilegal realizou audiência pública nesta sexta-feira (2) em São Paulo para debater a situação dos dekasseguis, os brasileiros descendentes de japoneses que vão trabalhar no Japão. Foram ouvidas lideranças da comunidade de origem japonesa na capital paulista, além de dekasseguis que voltaram ao Brasil. A audiência foi acompanhada pelo cônsul do Japão em São Paulo, Akira Kusunoki.

De acordo com o deputado Hidekazu Takayama (PMDB-PR), integrante da CPI, a maior dificuldade dos dekasseguis é a adaptação à sociedade japonesa, principalmente por parte dos mais jovens. O fato de a maioria dos empregos para brasileiros serem temporários e de baixa especialização leva os dekasseguis a mudarem constantemente de cidade, o que torna ainda mais difícil a integração social.

Takayama informou que existem perto de 1.500 brasileiros presos no Japão; a maior parte deles são menores de idade. Pouco integradas à sociedade local, encontrando dificuldades com a língua, muitas crianças acabaram cometendo pequenos delitos. A sugestão do deputado é criar escolas para os brasileiros, onde os filhos dos dekasseguis possam estudar e aprender as línguas portuguesa e japonesa. Ele disse acreditar na possibilidade de firmar parcerias entre o governo brasileiro e prefeituras locais para viabilizar a idéia.

Integrantes da CPI da Emigração Ilegal podem viajar ao Japão para averiguar de perto as condições de vida dos dekasseguis. Atualmente existem aproximadamente 300 mil brasileiros vivendo em cidades japonesas, principalmente nas regiões de Nagoya e Hamamatsu. De acordo com o deputado Takayama, o Banco Central calcula que eles enviam para o Brasil, anualmente, pouco mais de US$ 2 bilhões.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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