Eram 7h da manhã quando o locutor João Marques iniciou a primeira transmissão da Rádio Senado no dia 29 de janeiro de 1997, completando o projeto iniciado com a implantação do Jornal do Senado, em 1995, e da TV Senado, em 1996.

Desde então a Rádio Senado cumpre o compromisso de divulgar as atividades do Senado, assegurar mais transparência ao Legislativo e ajudar a fortalecer a democracia. Para isso, transmite ao vivo todas as sessões plenárias e reuniões de comissões, veicula notícias sobre as atividades legislativas, divulga informações de utilidade pública e executa música brasileira de qualidade, com uma programação diversificada, no ar 24 horas por dia.

Como parte das comemorações pelos 20 anos da emissora, foi inaugurada nesta terça-feira (7) uma mostra multimídia, que contará com painéis explicativos, espaço interativo e reprodução de um estúdio. A celebração da data conta ainda com programação especial e página na internet com conteúdo exclusivo.

Projeto Coletivo

A implantação de uma rádio no Congresso Nacional era prevista desde 1963, mas só começou a se concretizar em1996, quando foi criada a comissão que desenvolveu o projeto de transmitir ao vivo as sessões plenárias e as produções sonoras que já existiam.

O Senado distribuía boletins para veículos de comunicação e setores formadores de opinião, como as câmaras municipais e assembleias legislativas. Desde 1962 também produzia o noticiário para a Voz do Brasil (saiba mais). Pelo sistema de som interno, conhecido como Dim-Dom, transmitia sessões, música e informes para servidores e órgãos da Casa.

A Rádio Senado FM resultou do esforço conjunto de vários colaboradores. O primeiro diretor da emissora, o jornalista Silvio Hauagen, reconhece que esse esforço foi o responsável pelo sucesso do empreendimento.

Hauagen relata que a comissão conseguiu colocar a emissora em funcionamento em seis meses, dentro do prazo previsto, um tempo recorde em se tratando de iniciativa de um órgão público.

— Não foi um trabalho de uma pessoa só. Foi um trabalho que envolveu desde o presidente Sarney, passando pelo secretário de comunicação à época, Fernando Cesar Mesquita, pelos colegas da área de comunicação e por todas as áreas do Senado — lembra.

Conteúdo

Para definir o conteúdo jornalístico, o modelo da Rádio Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro (RJ), foi a inspiração dos cerca de 40 profissionais, entre jornalistas e técnicos, concursados, estagiários e terceirizados, que chegaram de diferentes setores do Senado.

Além do noticiário, desde o início, a rádio transmitia ao vivo as sessões — mais de 240 sessões plenárias naquele ano — e reuniões das comissões, mas tinha que cumprir a legislação que exige a veiculação de conteúdo cultural nas emissoras. Segundo Hauagen, havia o entendimento de que a rádio deveria executar música popular brasileira.

Para isso, acrescenta o pioneiro, a colaboração de servidores do Senado foi fundamental, pois “ajudaram a definir a programação musical no primeiro momento”, inclusive com a doação ou empréstimo de acervos musicais próprios.

Lícia Galiza, jornalista da equipe da Voz do Brasil, lembra como foram selecionadas as primeiras músicas tocadas:

— Nós passamos uns três finais de semana antes da abertura da rádio com nossos discos e nossas ideias e montamos a primeira programação que foi ao ar. Era só música brasileira. Eu lembro que Incompatibilidade de Gênios, de João Bosco e Aldir Blanc, foi uma das primeiras músicas que entrou nessa trilha sonora.

O conteúdo cultural também teve a contribuição do jornalista, escritor e então senador Artur da Távola, que produziu e apresentou, durante vários anos, mais de 3 mil horas de programas musicais, como A música Erudita e seus Mestres e A Música do Brasil. A professora Margarida Patriota faz parte desse esforço, com o programa Autores e Livros, que ainda produz e apresenta nos dias de hoje.

A Rádio Senado nascia com personalidade bem definida, quando o presidente José Sarney anunciou oficialmente o início das transmissões na tarde daquele 29 de janeiro.

Também estavam presentes servidores que trabalharam na construção da emissora e de outros setores do Senado, o primeiro-secretário da época, senador Odacir Soares, o secretário de comunicação, Fernando Cesar Mesquita, e o Padre Júlio Negrizzolo, que rezou uma missa e abençoou a nova rádio.


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