Nota de Solidariedade

02/01/2017 13h30

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A Procuradoria Especial da Mulher se solidariza com as/os familiares das vítimas e com os sobreviventes da chacina ocorrida no estado de São Paulo, na passagem de sábado (31) para domingo (1º), durante uma festa de réveillon em Campinas.

As cartas deixadas pelo técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo são um verdadeiro documento de como o conservadorismo político e o tradicionalismo comportamental caminham juntos na direção da produção de uma violência que tem a mulher como alvo crescente e preferencial.

A fúria feminicida procura “punir” aquelas mulheres que crescentemente se organizam, individual e coletivamente, na direção de procurar sua felicidade, rompendo estereótipos, preconceitos e desestabilizando a base da discriminação de sexo e de gênero.

São estas as mulheres que Sidnei chama de “vadias”, um termo cuja aplicação ele estende desde à ex-mulher, a suas familiares e à própria presidente afastada Dilma Rousseff.

As cartas de Sidnei são reveladoras também de outro fator que para nós já é um velho conhecido: o quão premeditado – e terrorista   – pode ser o feminicídio.

As nove mulheres entre as doze pessoas assassinadas em Campinas fazem lembrar a tragédia de Montreal, no Canadá, quando 14 estudantes de engenharia foram mortas simplesmente por ser mulheres em 1989, em tragédia que fez o dia 6 de dezembro se tornar marco do Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.

A Procuradoria Especial da Mulher se junta a mulheres e homens solidários no combate à cultura do feminicídio para que o atentado feminicida cometido por Sidnei Ramis de Araújo não seja jamais esquecido.

Procuradoria Especial da Mulher do Senado