Ideia Legislativa
Fiscalização da carga horária cumprida pelos instrutores de trânsito no Brasil - Violação dos direitos trabalhistas dos instrutores
Muitos instrutores trabalham além da carga horária estipulada pela CLT, muito embora sejam todos contratados sob o regime celetista. Os constantes remendos em legislações complementares criam contradições evidentes, que obrigam o instrutor a trabalhar além de oito horas diárias, sem horário de almoço fixo ou cumprimento da folha de ponto. Tais informações são repassadas de forma ilegal para os órgãos trabalhistas, uma vez que o instrutor assina o cumprimento de um horário inexistente. Tal situação acaba se refletindo na qualidade da formação de nossos condutores, uma vez que seus educadores trabalham sob intenso stress, fadiga e com sérios riscos físicos e psíquicos. A maioria dos colegas, entretanto, não faz queixas ao Ministério do Trabalho - por temer perder o emprego. Infelizmente, os órgãos governamentais fecham os olhos para o problema - mesmo que registremos todas as aulas ministradas biometricamente, os DETRAN'S estaduais nunca questionaram dos Centros de Formação de Condutores a respeito da carga de trabalho a que estão submetidos os instrutores. Sabemos que há meios de se fazer um controle, pois o mesmo DETRAN limita as aulas a três por aluno, através da biometria.
Senhores, somos instrutores de trânsito. Não estamos satisfeitos com o que vemos nas notícias: 50.000 mortos por ano! O Brasil perde uma cidade de médio porte anualmente, e as pessoas banalizam o fato. O crescimento econômico vivido na década passado fez a indústria automobilística viver anos dourados - e fez a sociedade viver um dos maiores males de nosso século. Nós, instrutores, sabemos de nosso papel e queremos assumir a responsabilidade. Entretanto, nossa categoria só emergiu agora, quando nos conscientizamos de nossa importância. Infelizmente, só nós nos conscientizamos disso. Nossos direitos são constantemente violados, e a qualidade de nossas aulas é ridícula: ninguém consegue trabalhar em alto nível doze horas por dia, seis dias por semana. Somos trabalhadores! É inaceitável pensar que cidadãos possam viver para trabalhar e não o contrário. O processo de habilitação é uma farsa burocrática que nada tem de pedagógico ou educacional, e nós temos de nos ater às inúteis regras estabelecidas sem uma consulta a nós, instrutores. Como nossos sindicatos não passam de balcões de negócios (em MG o sindicato da classe funciona no prédio do sindicato patronal, a menos de cem metros do Setor de Educação para o Trânsito), decidimos apelar à Vossas Excelências. Entendam o trabalhador educador de trânsito, que recebe - em média - R$ 7,00 hora/aula (SETE REAIS A HORA DE AULA, SIM). Entendam a responsabilidade que ele possui de formar cidadãos aptos à conduzir máquinas que se tornam armas instantaneamente. Nossa classe acordou e percebeu seu papel: queremos assumir, queremos ajudar o Brasil a se tornar um país melhor, com maior qualidade de vida e pleno exercício de direitos, como o de ir e vir. Mas não vamos salvar o Brasil - muito menos com nosso salário, com nossos direitos pré-1930, com o constante desrespeito e desatenção da sociedade. Não somos uma peça da engrenagem burocrática estatal. Somos trabalhadores da educação. Somos humanos. Somos instrutores de trânsito!
56 apoios
20.000
  Encerrada - Sem apoio suficiente

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Data limite para receber 20.000 apoios
02/01/2015
Ideia proposta por
NICOLAS S. S. - MG

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